Vamos falar sobre Empatia?
Você sabe o que é empatia? Você é empático? Esta é uma palavra que tem sido muito falada nos últimos dias. E qual é o meu lugar de fala? Quantas perguntas não?! Confira Texto Completo.
Meu lugar de fala é a prática em psicologia clínica, é o de pesquisadora de comportamentos altruístas, logo a empatia se tornou um dos meus objetos de estudo, e antes disso componente dos meus atendimentos e muito antes uma característica da minha natureza humana, e possivelmente da sua, caro leitor (a).
Comumente é dito que problemas emocionais têm reflexo no corpo, assim como enfermidades físicas refletem no estado psicológico. Os estudiosos da psicossomática dizem que as dimensões se relacionam nesta complexa engrenagem que é o ser humano. E na literatura que discute o tema empatia, há vários estudos que indicam bases biológicas para a empatia em alguns animais, principalmente quando há dor e sofrimento vivenciado pelo semelhante. E nós estamos incluídos aí, em nós, a empatia é estruturada por fatores biológicos, sociais e morais.
A empatia pode ser definida como uma reação emocional provocada a partir do estado emocional da outra pessoa, por isso popularmente diz-se que ser empático é colocar-se no lugar do outro. Porém, não é possível ocupar o lugar do outro literalmente, mas é possível a partir desses componentes biológicos, somados aos sociais e emocionais, imaginar o que outro sente e este movimento é o que nos permite esse sentimento de “se colocar no lugar do outro”.
O ser empático é um componente humano, mas que precisa ser exercitado, sendo um conjunto de atitudes mentais e pró-sociais, vivenciado como uma experiência subjetiva que se dá por meio de compartilhamento social.
Esse compartilhamento emocional nos aproxima do outro de um modo singular e influencia a intencionalidade de ações altruístas, voluntárias e na construção de vínculos sólidos. Pesquisas indicam que os comportamentos pró-sociais e gregários de um modo geral são benéficos para a saúde mental.
Então, anota aí:
A empatia atua como preditor de comportamentos sociais adequados;
A empatia auxilia na resolução de conflitos interpessoais;
A empatia desenvolve a capacidade de ser não-crítico (a) com a situação vivenciada pelo outro;
A empatia se relaciona com civilidade e alteridade social;
A empatia em algumas profissões (profissões que trabalham com a oferta de cuidado) age como “um requisito” para um bom atendimento, visto que tem um componente comportamental que possibilita ao profissional demonstrar sua compreensão e preocupação empática para o outro.
A empatia, na condição de comportamento pró-social pode gerar benefícios como aumento de bem-estar, satisfação, interação social positiva.
A empatia é geralmente associada à compaixão, porém guardam suas diferenças, embora se relacionem intimamente por assim dizer, mas sobre a compaixão falaremos em outro momento.
Temos a capacidade, sejamos cada vez mais empáticos!
Texto: Anne Emanuelle – Psicóloga
CRP 13/6513
Referências:
GARAIGORDOBIL, Maite.; MAGANTO, Carmem. Empatía y resolución de conflitos. Revista Latinoamericana de Psicología, v. 43, n. 2, p. 255-266, 2011. Disponível em:< https://www.redalyc.org/pdf/805/80521287004.pdf> Acesso em: 31 mar. 2020.
KOENIG, Harold. Medicina, religião e saúde: o encontro da ciência e da espiritualidade. Tradução Iuri Abreu, Porto Alegre, RS: L&PM, 2012.
LAGO, Kennyston; CODO, Wanderley. Fadiga por compaixão: o sofrimento dos profissionais de saúde. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
SAMPAIO, Leonardo Rodrigues.; CAMINO, Cleonice Pereira dos Santos.; ROAZZI, Antônio. Revisão de Aspectos Conceituais, Teóricos e Metodológicos da Empatia. Psicologia Ciência e Profissão, v. 29, n. 2, p. 212-227, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932009000200002&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 31 mar. 2020.